Ah meu Deus, porque é que
gosto tanto de falar sobre a família?
Talvez porque acredite que a família seja a
base de tudo, para o bem e para o mal, e que sem ela, parece que em nós falta um pedaço
muito importante, o que nos afeta, nos faz mal nela, refletirá por toda a nossa
vida, se não recebermos a providencial cura divina.
Ontem estive
conversando com dois irmãos que já tinha visto a uns meses atrás, e que
naquela época eu erradamente, pensei serem marido e mulher, ou amantes, já que
ela em algum momento, falou sobre o ciúme da mulher dele a respeito dela.
São dois irmãos, mais
ou menos entre sessenta e poucos a setenta anos, era visível o amor, e muito
carinho entre eles, mais infelizmente habitava entre os espaços o ciúme! Na verdade, o ciúme que havia, era da parte
dela, como me confidenciou o paciente e ponderado irmão, que por ser mais
velho, achava que os mais velhos sempre têm que compreender sempre, já que trazem em
suas bagagens, várias experiências que a vida lhe deu.
Conversávamos e soube
eu, ser ela uma advogada, e ele um professor, soube também que ele casou-se no
exato dia em que ela formava-se.
Dois irmãos com uma data comum,importantíssima em suas vidas. Tudo bem, seria muito comum se
não fosse o fato de até aquele momento morarem em lugares diferentes, e não se
conhecerem, aliás, nem sequer sabiam que eram irmãos, já que não foram criados
pela mãe. O menino fora adotado por uma família, e a menina foi para um
orfanato onde a mãe de vez em quando a visitava. Disse-me ela que por várias
vezes pediu à mãe que lhe dissesse se tinha irmãos, e a resposta foi sempre
negativa, o que a entristecia muito pois de alguma forma trazia dentro do peito
um desejo imenso de ter irmãos, uma família, uma esperança.
A mãe morreu, ela
saiu do orfanato, e por não sair de dentro do peito a esperança de ter uma
família, resolveu procurar por meio desses programas que encontram parentes, famílias perdidas por esse mundo de meu Deus, e nisso foi abençoada encontrou o irmão, irmão que a mãe dizia não existir. Foi aquele dia, o mais feliz da
sua vida!
Isso aconteceu a vinte e
cinco anos atrás, e assim, depois das apresentações, apareceu com força o ciúme. Parecia um pouco como se a vida tivesse
roubado dela o irmão companheiro, o irmão protetor, que ela deveria ter tido e não teve, o irmão que ela ama tanto, e esperou por ele tanto tempo que não acha justo ter que agora dividi-lo com
mulher, filhos e netos, uma família que infelizmente ainda não sente como sua.
Fiquei pensando:
Porque será que ela não se casou? Melhor, porque sem ter filhos seus, não abriu os
braços para os sobrinhos, e porque não fez por onde a cunhada fosse a irmã que não teve?
Era a hora de
finalmente construir mesmo que tardiamente, uma família, a sua família, mas impensadamente ela
reclama, e se sente vítima dessa situação, faz do irmão o culpado, mesmo sabendo não ser, só porque
mesmo sem querer, ele teve uma família mesmo que postiça, que lhe abriu os
braços, e o criou, e agora tem também, uma família natural com mulher filhos e
netos que o amam e o respeita, e ela, a reclamar do que vida lhe deu.
Se vocês pudessem
ver, ela era uma senhora bonitona, e apesar de todo o sofrimento, envelhecera muito
bem, como já disse, formou-se, é advogada e aparentemente estava tudo bem.
Aparentemente, porque faltava aquela alma, encontrar a cura!
A cura que sara as
feridas, apaga o tempo das dores, ressuscita os amores verdadeiros, destrói os
amores ciumentos, possessivos, e coloca em nossos corações a paz, a
compreensão.
Desejo a essa linda
senhora, a cura irretocável de Deus, e que após curada, possa abrir os olhos e
ver, o irmão carinhoso, a família maravilhosa que Deus preparou para ela, tudo
isso antes mesmo dela pedir, pois Deus conhece os desejos do nosso coração, mas nem sempre percebemos a maravilhosa benção que Ele coloca em nossas mãos.
Di Vieira
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