quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

BRINDEMOS AO DIA DE HOJE!



Brindemos ao dia de hoje, a vida que Deus graciosamente nos deu,
E enquanto revisamos cada fato do dia, os salvaremos, de modo a não nos esquecermos de nenhum detalhe, bons ou ruins.
Sabiamente analizaremos as situações com um pequeno ato de bondade conosco
Sabendo que nos esforçamos para que tudo desse certo, para fazermos o que é direito, o que é bom!
Muito embora forças estranhas alheias a nossa vontade nos queiram induzir ao que é mau, ao que nos tornam pessoas inteiramente infelizes.
Às vezes demoramos para descobrir a causa da angústia que por ventura nos aperta o peito, nos incomodando, como se precisássemos nos livrar de algo que está nos fazendo mal, um pecado talvez, uma desesperança, ou uma desconfiança sobre a fé que professamos.
Sei que as muitas àguas não nos afastará do amor de Deus, nem mesmo as dúvidas ou desesperança, mas o pecado não confessado, sim!
Mas felismente para nós o nosso mediador está sempre de plantão, vinte e quatro horas por dia, para nos auxiliar,
Para renovar nossa fé, para nos dar novas esperanças, nos dar perdão, e liberdade para viver, e logo a nossa alegria estará de volta!
Nossa alma vem de Deus, e queremos estar sempre perto dEle, sempre em contato com Ele, mas às vezes as dificuldades, o stress ou outra situação adversa , nos fazem ultrapassar os limites entre o bem e o mal, e perdemos o equilibrio, a sensatez.
E agimos contrariamente aos princípios gravados em nossos corações, às vezes até por querer naquele momento ser igual a alguns que buscam a felicidade em coisas externas, outras vezes indo na onda do modismo, enfim...
Independentemente de onde estivermos, seja dentro de algumas denominações, religiões, países e suas leis, grupos e suas opiniões,
A verdade é que só seremos felizes, se entendermos que temos uma essência divina, que somos únicos e não podemos ignorar isso!
E é essa essência divina que nos faz festejar como criança o dia e a noite de hoje,
Que nos faz viver e as aceitar cada momento, cada situação como dádiva e não maldição.
E é também essa essência que nos faz admirar a beleza das flores, a natureza sábia em sua diversidade, o diferente jeito de ser de cada um.  
E nesse dia que o Senhor nos dá, quero acreditar a cada minuto que as sementes plantadas brotarão.
As palavras faladas, serão ouvidas,  ou levadas ao vento,ou ainda   guardadas no coração para serem usadas com muito critério.
Por isso é sempre bom ficarmos atentos a tudo o que falamos, ou escrevemos, 
Por isso é sempre bom analisarmos tudo o que ouvimos, e ou lemos
Muitos falam sobre o falar e o ouvir, sobre a sabedoria do calar, e eu fico me perguntando, analisando cada maneira de pensar, 
Já sabemos que o silêncio é de ouro, e o falar e prata, mas os dois tem valor, um menos o outro mais, mas os dois são muito importantes
Já pensou em um mundo sem palavras, sem comunicação? Todos se calando a tudo?
Creio eu que tudo o que Deus nos dá é bom!
Nos deu  inclusive um moderador infalível, para consultarmos a todo momento se assim quisermos,  mas o livre arbítrio funciona, então devemos tomar cuidado!
O bom disso tudo é que Ele nunca nos deixara sozinhos, sem opção ou sem amparo!   
Então se o meu coração se encher de palavras que considero boas, ou se a injustiça social me incomodar, ultrapassarei os limites possíveis do medo de falar, e direi o que penso, mas escutarei também !!!
Digo o que me vai na alma, porque acho melhor me exceder no que acredito do que me omitir,
Depois volto a calma, ao equilíbrio que Deus me dá, brindo a alegria de ser eu, do jeitinho que Deus me fez!
Se tenho lutas e aflições, tenho também bom ânimo porque se eu tiver que passar por vales, Deus irá sempre comigo, e me sentirei como se estivesse em um maravilhoso jardim florido onde a suave brisa refrigera a minha alma, me guia pelas veredas da justiça.
E isso me faz ser feliz, me faz viver em paz!
Mesmo em meio a selva de asfalto, florestas de cimento armado, ferozes competições,  um sorriso de criança pode me trazer a memória a lembrança de que a vida é simples, e é para ser vivida um dia após o outro, é não me deixo levar por todo estouro de boiada que aparece, faço na medida do possível o que gosto, o que me dá prazer, 
Às vezes fico contemplando atento aos detalhes de uma paisagem, as misturas das cores de pessoas, os doces sabores, as formas diferente de amar.
E percebo que Deu está neles, e nas pequenas e importantes coisas da vida, 
Em nosso caminho nada  nos acontece à toa, nada nos acontece por acaso, nada nos acontece em vão
Se trabalho entre  perfumes, ou não, 
Se já estou colhendo o fruto do que plantei ou ainda não é o tempo.
Sei que devo esperar e espero com paciência no Senhor que sabe de todas as coisas.
E enquanto espero, quero cantar e dizer que a razão para eu ser feliz, está na fé, está em acreditar que amanhã e sempre Deus estará comigo.
E daí então quando anoitecer, quando o meu corpo já clamar por repouso,
Olharei em silêncio o céu por alguns momentos, nem que seja pelo vão da minha janela, e falarei com Ele como se fala com um amigo que esteve  ao meu lado o dia inteiro, me aconselhando, me orientando, me auxiliando em todas as situações.
Brindarei com Ele em adoração, e gratidão pelo dia proveitoso, pelos ensinamentos, e os amigos que me deu, pelas vitórias, pelas dificuldades superadas..
E solenemente curvarei minha cabeça e meu coração obediente também se curvara, para agradecer em silencio, como uma simples criatura que sou diante do seu grande Criador, por mais um dia maravilhoso, emocionante, e prazeroso, que com tanto amor Ele me deu!




        Di Vieira

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

RUA PROFANA

Rua,
Quem pôde ver te nua, não quiz te desejar
Senhora sem alma, pintada em aquarela seduz, se faz bela,
Mas esconde um abismo escuro,
Finge que não enxerga os desvalidos  atraz do muro,
Gente, meio gente, meio bicho, recolhendo restos de comida no lixo,
Pobres esquecidos da nação,
Seres sem identidade que perambulam pela cidade
Ser ter o teu voto, sem ter sonhos, sem procuração,

Rua,
Mestra sem piedade, passarela da cidade, olho do furacão
Funeral dos desafetos, dos deploráveis sem teto,
Seres sem honra, sem apelo, sem razão,
E burgueses sem olhar reclamam,
Dessa violência que mostra a cara todo dia,
O carro blindado, os seguranças, já não são mais garantia

E sobe a poeira do esconde, esconde
Quando a megalópolis enlouquece
E viaja no bonde da desesperança o povo que dança,
Dança e abraça prédio, que tédio!
Dizem ser protesto! Mas quem diria! Havia tevê!
É um entulho permissivo, delirante, prostituto,
Organizações de minuto envoltas em patacas e estrume,
Apodrece a rua cada vez mais nua como de costume.

Nessa rua onde rufiões delinqüentes debochados
Maculam a pureza dos passantes inocentes,
Cheiram, vomitam, morrem e matam.
E esses amantes indecentes vivem ociosos vagando por vielas
Por ruas pequenas, escuras, temidas, manjadas,
Onde se escondem telas entristecidas, pintadas por mãos enrugadas,
É o escárnio da vida cavando sua renda no escuro gueto
Onde há carne no espeto a venda.

A rua urbana nem de longe é humana,
Ensina humilhando a ingênua presa
Seduz com ludibriante beleza, e vai invadindo como um ladrão,
Rouba os seus direitos, e o poder do mais forte é o que impera, é tudo à vera!
Abre com muito ódio uma cratera no seu coração.
Nessa rua violenta a falsidade é nojenta e pode ser minha ou sua,
As vezes fingimos que não existe, mas o que é privado insiste  em brilhar na grua.
Oh! Rua nua, profana, desumana e crua,
Cidade urbana, de uma grande nação,
Precisa rever os direitos, do pacífico cidadão


Di Vieira

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

MAMÃE E A SALA DE DEBATES!















Quando nos reuníamos na grande sala para conversas intermináveis, e debates sobre aqueles assuntos que surgiam como se fossem do nada e se prolongavam em discussões sem sentido, daquelas sem pé nem cabeça que cada um de nós poderíamos jurar ser bom entendedor,
Lá estava você mãe, no cantinho da sala, atenta a tudo! Na minha imaginação havia uma aureola de luz a sua volta quando nos falava com carinho: "Calma crianças! Não levem isso a ferro e fogo!"
Posso voltar no tempo e em pensamento te ver de novo com um sorriso feliz, nos olhando como se quisesse eternizar aquela cena que provavelmente pra você tinha um grande significado,
Ali estavam seus frutos saudáveis, frutos que sairam de ti, crias suas, seu maior tesouro!
Tão diferente e tão iguais ao mesmo tempo, diferentes em opiniões, temperamentos, mas que você ficava feliz em perceber que apesar da dificuldade e sem muito entendimento das coisas, se adaptando aos acontecimentos já que filhos como se diz não vem com manual informativo. Criava esse grupo de seres muito parecidos entre si,  mas individualmente diferentes nos seus medos, nas suas fragilidades, cada um com seu certificado de independência.
Percebia em cada um o desejo de exigir autonomia no pensar, de exigir que tivessem um argumento inteligentemente forte para que pudessem admitir que o "seu argumento" apesar de não estar errado, poderia não ser o mais sensato.
Na verdade parecíamos uns cabeças dura, debatendo sobre coisas que às vezes nem tínhamos muito conhecimento, mas era assim que nos aprofundávamos um pouco mais nos assuntos discutidos e trazíamos para o debate seguinte mais argumentos.
Era ali o lugar onde se confrontavam os filhos adolescentes de Dona Elza, a filha da vó Edith, era ali que se reuniam para debater como que entendessem, assuntos que na verdade só estavam super desejosos de aprender.
Chegavam  trazendo novidades do colégio, do trabalho sei lá de onde, eram informações que vinham de encontro a outras informações parecidas mas diferentes ou completamente contrárias, mas o que era melhor, tudo acabava ali, na mesa de debates da grande sala para as devidas discussões.
Já sabíamos naquela época que as opiniões têm que serem defendidas com verdades e bons argumentos, e que informações diferentes mas discutidas com seriedade podem gerar soluções conciliatórias, e que todos podem aprender com isso. Só não sabíamos ainda que nem sempre nos fazemos entender por muito falar. Mas a dona Elza sabia, e era ela quem conciliava tudo, dava moderação!
Ali naquela sala de debates só não haviam palavrões, xingamentos, na verdade isso não era permitido e nós sabíamos muito bem quais eram as regras da casa. Mas que eram freqüentes as alterações de vozes, lá isso era, e de vez em quando embolávamos o meio de campo com todos falando quase que ao mesmo tempo. Ai nesse ponto mamãe intervia com seu discurso conclusivo mandando todos pra cama sem apelação!
Felizmente ela sabia que aquelas discussões faziam  parte da mistura de temperamentos que tivemos como herança e do nosso jeito de ser que culminava com a empolgação ao falar dos assuntos apaixonantes que abordávamos afinal, éramos apenas uns pequenos adultos que traziam dentro de si um resto de criança, que já revelavam os seus desejos partidários,  gostos, sonhos loucos, vontades .
Penso nisso e vejo você, o seu sorriso silencioso agradecida a Deus por seus filhos, agradecida por todo o caminho trilhado.
Penso nisso quando vejo ainda hoje o seu sorriso ao nos ver reunidos na velha sala conversando sobre coisas que aprendemos, sobre coisa que não entendemos ainda, sobre coisas que nos deixam indignados, sobre o que achamos certo ou errado, enfim sobre a vida.
E você mãe querida, discreta mente se afasta pro seu canto sempre observando, orando, agradecendo.
Abrindo os braços para o bisneto que corre ao seu encontro e se aconchega em seus braços, e você o acolhe com um amor que não se explica com palavras!
Foi com esse mesmo amor que nos observava nas longas discussões, esse amor é o laço que sempre nos uniu!
E é por isso que não importa se em algumas coisas discordamos,
Não importa se não pensamos iguais sobre todas as coisas,
Não, não importa!
O que importa é que sempre colocaremos o amor como mediador entre nos, assim como você fazia quando passávamos da conta em nossos debates.
É por isso que quando penso em nós na grande sala dos nossos debates, sinto tanta falta de estarmos juntos,
Tanta falta das nossas conversas malucas e de rir das exaltações depois!
Tanta falta dos assuntos tão insensatos quanto nós!
É tanta saudade que quase posso ouvir você me falando como se fosse ainda nos velhos tempos e com todo o carinho e suavidade que só as mães têm na voz: "Ainda nos reuniremos de novo filha! Fique calma,  não leve as coisas da vida, tão a ferro e fogo!"


Di Vieira

Estrelas brilham.

O brilho que Deus te deu, ninguém pode apagar, a não ser que você queira. E você não quer! Nem o tempo, os diversos acontecimentos, as barre...