terça-feira, 21 de abril de 2020

Duas ou mais!

             
São duas em mim!
Duas personagens compatíveis,
Que se conhecem muito bem,
Não são estranhas entre si,
 Enquanto uma chora,
A outra ri,
E talvez não saibam a força que têm.

Gigantes adormecidas,
Às vezes mimadas.
Uma, vagalume de bundinha acesa
Outra querendo ser da realeza, 
 E sentar na cabeceira da mesa,
No campo do alecrim dourado.

Cada pisca, pisca ofusca,
Onde a alegria passeia,
Com um pensamento mau na veia,
Percorrendo sem dó o caminho,
Confabulando segredos,
Abrindo todos os potinhos,
Soltando todos os medos.

O outro bate as asas e voa,
Resolve as ciladas da vida,
Encara todas as questões,
Nem sempre dá certo, mas tenta!
Nem sempre tem boas maneiras,
Ás vezes branda, outras grosseira,
Diverge opiniões
Evita discussões
Faz limonadas sem limões.

São duas em mim.
Duas que não conheço por completo,
E não sei bem ao certo o que fazer,
Não tenho controle total,
Nem mesmo noção,
É sempre muita emoção,
Entre o bem e o mal.

Di Vieira

Tenho pena!



Tenho pena 
Pena de quem sofre.
Sofre, e não aprende,
Aprende mais é intransigente,
Tenho pena dessa gente!

Tenho pena,
De quem mal envelhece, 
Pois envelhece, mas não cresce,
Cresce, mas não amadurece,
Amadurece, mas não muda.
Tenho pena!

Tenho pena,
De quem vive no passado,
De quem vive e deixa de lado,
O que acontece no presente,
Tenho pena,
Pena dessa gente!

Tenho pena 
Pena de quem não se reinventa,
De quem nem ao menos tenta,
Ou se tenta, não persiste,
Faz drama, faz cena,
Dessa gente de mente pequena,
Eu tenho pena!

Tenho pena
Dessas vidas sem compasso,
Sem poesia, sem alegria,
Almas pobres de amor, tão vazias,
Trazendo na viola, uma nota só
Tenha pena de mim,
Tenha dó!

Di Vieira

domingo, 5 de abril de 2020

Menina dos teus olhos!


Como a menina dos teus olhos,
Guia-me,
Guarda-me Senhor.
Tu és o meu esconderijo,
O lugar onde minha alma quer estar.
Guia-me pelas veredas da justiça,
Ajuda-me a caminhar.

Como a menina dos teus olhos
Proteja-me,
Orienta-me,
Consola-me,
Ensina-me a estar em Paz,
Mesmo entre as ondas do mar.

Como a menina dos teus olhos,
Preserva-me,
Esconde-me sob suas asas,
E em meio a tempestade,
Ajude-me a voltar pra casa,

Como a menina dos teus olhos,
Livrai-me do mal que se esconde entre as sombras,
Livrai-me da dúvida que ora me assombra,
Tu és o abrigo onde minha alma descansa.
És a música suave,
O farol que me guia,
A minha esperança,
A minha aliança, 
A minha alegria

DI Vieira

ALMA


Alma, te quero faceira, 
Te quero calma,
Pela vida inteira. 
E não queira ser muito,
Para não ser pouco, 
Não queira ser tudo,
Para não ser nada,
Queira apenas ser flor, 
Que perfumam as mãos
E alegram a estrada.

Alma, te quero mais pura, 
Sincera, sem malícia,
Um pouco sozinha, 
Pra sozinha com Deus estar,
Um pouco frágil,
Para não se bastar,
Um pouco diferente,
Que é para o mundo notar.

Alma, te quero livre,
Te quero gente,
Te quero autêntica,
Te quero linda,
Para que o mestre na sua vinda,
Te encontre pura,
Te quero forte,
Quero te ver vencendo a morte,
E encontrando finalmente, 
A cura.

Di Vieira


sábado, 4 de abril de 2020

Cotidiano





Um dia, escuridão, 
No outro, a luz da lua, 
O passo rápido a poeira da estrada, 
As pedras do caminho,
E o frescor da madrugada.

Na mochila, pente largo,
Escova de cabelo e chapinha, 
Pobre mas exigente!
Pasta e escova de dentes,
E a roupa bem limpinha,

Sozinha no silêncio da madrugada,
O bairro ainda dormia,
Faz a oração sincera, 
Que nunca voltava vazia,
O que falava, o que escutava?
Era segredo, nada dizia.

Fé no peito, silêncio na alma,
Confere a passagem 
E o talão da Copel,
Sabe que a única luz de graça,
É a graça que vem do céu.

O Pai nosso,
O ônibus que não chega
Os gatos pingados no ponto, 
O ponteiro, o dinheiro escasso,
A fé que nunca falha, 
E pronto!


É mais um dia 
Que começa na pressão.
O café expresso, a pressa,
Uma pequena prece, uma oração.
No peito a fé predomina.
Uma mulher, quase menina,
Segue agora sua sina,
Com Deus Pai, no coração.

Estrelas brilham.

O brilho que Deus te deu, ninguém pode apagar, a não ser que você queira. E você não quer! Nem o tempo, os diversos acontecimentos, as barre...