sexta-feira, 15 de julho de 2011

LUZ ACESA.





Como alguem pode dormir
Sem que a luz esteja acesa?
Como alguem pode comer macarrão, 
Sem sujar a toalha da mesa?
Quem em férias com crianças 
Controla as tais despesas?
Quem?
Quem é que pode perder a esperança
Vendo sorrir uma criança em sua franca essência?
Como alguem pode não ter paciência
Com as pequenas marcas de lama na roupa nova?
E quem não teve aquele momento 
De branco total na hora da prova?
E o fantasma do armário?
E aquele monstro debaixo da cama?
E quando a decepção chega, pavorosa, enorme!
Qual é o monstruoso ser, que apaga a luz e dorme,
Depois de macular a inocência, a pureza,
Tirando da infância a beleza, 
Fazendo aflorar o medo tão cedo?
Quem apaga a luz e sai de cena, 
Sem castigo, sem nem lembrar do fato?
Esse ato é extremamente pior senhores da realeza!
Mil vezes pior do que derramar sobre a mesa,
O caldo vermelho, o molho ao sugo, 
Ou limpar no tal pano os dedos sujos de chocolate,
E no criminoso infame quem bate?
Quem não tem amor, nem argumentos, 
Faz dos laços um sofrimento que ninguém avalia,
Disfarça entre as capas sua anomalia, 
Veste o manto, a fantasia da infância! 
Que ânsia me dá desse circo de horrores! 
Matam as flores ainda pequenas!
Ferem a carne, e a ferida apodrece cheia de pus!
E no tatame o sinistro encobre, 
Deita a capa, guarda o cobre 
Que mesmo na escuridão reluz, 
Na "legitimidade" sai o nobre 
Sem culpa! Culpado é sempre o pobre!
O malfeitor delatado sai discretamente,
Sai pela porta da frente, maldito diante da cruz.
Irresponsável e sem nenhum sentimento 
Sai de cena,  por um momento,
Sai sem nenhum constrangimento, 
Sai, e a malícia introduz,
Sai, deixando a dor e o lamento,
Sai, e apaga a luz!





Di Vieira
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